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 Colóquio discute os conflitos sociais do jornalismo brasileiro

Por Brenda Carvalho

O VI Colóquio de Jornalismo, realizado no anfiteatro da Unemat em Alto Araguaia, deu início as suas atividades na noite desta quarta-feira (23/05)com muita música e descontração. A abertura do evento ficou por conta  da apresentação musical de José Nildo, que já foi duas vezes vice-campeão do Festival de Música da Unemat. Em seguida, o professor Dr. Rozinaldo Miani, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), realizou a palestra intitulada “Os conflitos sociais na pauta da imprensa brasileira”.

Um dos pontos discutidos pelo professor foram os desafios encontrados pelo jornalista na imprensa burguesa e popular enfatizando como são pautados os movimentos sociais pela imprensa elitizada. “Ela os pauta como sentido de criminalização, raramente eles aparecem para identificar e informar alguma coisa. Essa imprensa desqualifica os movimentos de forma que o leitor interprete os seus integrantes como delinquentes”.

Rozinaldo também argumentou sobre a possibilidade do jornalista da imprensa burguesa cumprir com sua ética profissional e humanística na empresa em que trabalha. “O primeiro desafio que o jornalista encontra é tentar pautar temas de interesse popular. Na medida em que isso é pautado, ele tem como desafio fazer com que essa pauta não pareça à imprensa burguesa uma forma de defender as classes subalternas. O jornalista pode utilizar também de estratégias muito mais sofisticadas, como a linguagem que é usada no texto que vai demarcar qual é a sua ideologia diante dos fatos, assim, ele estará cumprindo com os valores éticos e princípios de humanização que lhes são imputados”, explica.

                Acadêmicos e professores mostraram suas opiniões diante do assunto abordado, bem como levantaram questionamentos a respeito da importância da formação acadêmica. “O acadêmico tem que aprimorar o seu senso crítico, saber fazer leituras sociais e sempre contextualizar, ele não pode simplesmente publicar a notícia”, afirma o professor Me. Iuri Barbosa.

Miriam Soares de Araújo, discente do 2° semestre de Comunicação Social, também fala da contribuição das atividades do Colóquio para a formação acadêmica. “Vejo o Colóquio como um meio de trazer maiores oportunidades de conhecimento para os acadêmicos. Pois é com eventos como este que podemos aprender além da sala de aula. Ali conseguimos agregar ensinamentos sobre a realidade da profissão e os desafios com os quais podemos nos deparar”, define.

O professor Rozinaldo também defendeu a ideia de que para que o acadêmico de Jornalismo seja um bom profissional no mercado de trabalho, ele precisa ter criticidade e entender o que acontece no mundo. “É necessário que o estudante compreenda a realidade e a sociedade em que vive. Ele tem que se posicionar diante dela conseguindo elaborar princípios e argumentos que possam sustentar seus valores em qualquer situação. Antes de ele pensar na defesa de interesse imediato da empresa onde trabalha, ele tem que pensar no compromisso que tem com a sociedade.”