Universidade do Estado de Mato Grosso

CULTURA

Unemat lança livros de acadêmicos indígenas de etnias de Mato Grosso

A Unemat lança quatro livros, escritos na língua materna, de professores e alunos do Programa de Educação Superior Indígena Intercultural (Proesi). O lançamento ocorrerá na próxima quarta-feira (30.07), às 8h00, no Museu Rondon da UFMT, em Cuiabá.

Cada um dos livros Irwa, Ga, Orong, Ikpeng Ungwopnole, aborda uma temática e as concepções que o povo Ikpeng tem dos elementos: terra, água, mato e mito de origem. As publicações são resultantes de três anos de pesquisas realizadas pelos professores-indígenas, egressos do PROESI, Iokore Kawakum Ikpeng, Korotowi Taffarel, Maiuá Meg Poanpo Txicão, junto aos moradores mais antigos da aldeia, situada na parte central do Parque Indígena do Xingu.

Os textos produzidos foram organizados em forma de publicação pelos coordenadores do Programa, Profs. Elias Januário e Fernando Selleri Silva, e serão distribuídos em escolas indígenas e não-indígenas.

Para o coordenador, Elias Januário, as publicações da produção acadêmica abrem possibilidades para nações indígenas e para a sociedade brasileira. “Ao dominarem a escrita, os indígenas passam a existir na história. Ao mesmo tempo, aprendendo a língua portuguesa, o conhecimento tradicional e a maneira como eles vêem o mundo podem ser disponibilizados aos não-índios. Esse processo é muito interessante porque pode facilitar o entendimento de que não existem diferenças intelectuais entre os povos, apenas culturais”, analisa.

Proesi- O Programa de Educação Superior Indígena Intercultural mantém um projeto editorial que viabiliza a publicação da produção acadêmica.

Os livros são organizadas em duas séries: Experiências Didáticas, com livros escritos nas línguas-mãe e utilizados nas salas de aulas nas aldeias indígenas; e Práticas Interculturais, que organiza e divulga textos e ilustrações de professores e alunos indígenas, na língua portuguesa. “Narram o modo de fazer roças, a culinária, os problemas da luta pelos territórios e os marcadores do tempo, formas de observar o clima e regime de chuvas, sempre através dos animais, das estrelas e os rios”, descreve Fernando Selleri Silva.

O Programa- Atualmente, 275 estudantes indígenas estão matriculados na graduação, 50 na especialização e, este ano, dois jovens concorreram com 52 pessoas e ingressaram no curso de mestrado em Ciências Ambientais na Unemat, em Cáceres.

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